segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Trocando de Assunto

Esse blog é destinado a falar de arte, mas hoje irei colocar algo relacionado a saúde! Hoje me desloquei até a UPA (do Segundo Distrito), minha namorada passou mau durante toda noite.
Chegamos a unidade de atendimento as 7:55, retiramos a ficha e olhei uma placa com os dizeres "Nossa maior prioridade é a sua saúde", sentamos e um painel eletrônico fazia a chamada por "Prioridades" vez. Vermelho (Se não cuidarem você vai morrer), Amarelo (É, você tá doente, mas vai sair dessa), Verde (Deixa de moleza e tira a bunda dessa cadeira), pois bem, estavam as três categorias (Detalhe, tudo jogado em uma panela só! Na sala de espera da UPA). O painel estava o tempo todo no vermelho: Prioridade máxima?
Não, na verdade ele não chamava ninguém, todos esperando para ser atendido e nada! Aí, entra aquele velho ditado (Paciência tem limite), já se passavam duas horas de nossa chegada e da maioria do povo que lá se encontrava.
Então um perguntou: Tem médico?
A moça que estava na porta, que não tinha nada haver com o furdunço disse: tem!
Depois dessa resposta foi que o furdunço generalizou e um gritou: Como se essa P... desse painel não chama ninguém.
A pobre da moça que estava como bucha de canhão tentava explicar X por Y, mas não conseguia convencer nem a criança que berrava ao lado no colo da mãe. O tempo foi passando e a paciência do povo doente se esgotando (Olha que com o povo não se brinca), deu 9,10,11,12, e 13:30 a paciência morreu de tanto esperar.
Um senhor se levantou e disse: Eles fazem isso por que nós não falamos nada... Eu sozinho não posso fazer nada, mas se a gente se unir vamos acabar com essa bagunça que tem nesse hospital.
O painel parado como uma Avenida Paulista em dia de engarrafamento (todos os dias), os poucos funcionários no balcão assistindo tudo, os doentes tomando animo para fazer valer o "Nossa maior prioridade é a sua saúde", eu sentando cuidadando da namorada que não parava de ir ao banheiro a cada cinco minutos, vomitando o que já não saía e aquele senhor com seu discurso que levantou aqueles doentes da sala de espera: Vamos gente... Vamos falar com o responsável do local é agora.
Então levantou-se em torno de umas 20 ou 25 pessoas e adentraram a UPA. Escutava-se apenas ecos das vozes que vinham dos corredores e em menos de um minuto apareceram enfermeiras correndo para ocupar seus postos de trabalho, médicos andando apressados, nosso painel voltou a fazer normalmente o seu trabalho com aquela voz feminina irritante (Suportável quando não se fica quase seis horas esperando para ser atendido) e apareceu na porta uma enfermeira e disse: Todos aqueles que chegaram antes das dez podem entrar por aqui.
Levantou quase toda sala de espera e ficou outra parte ainda lotada para ser atendida, fora os que estavam na calçada. A enfermeira arregalou os olhos e disse com um ar sarcástico: Nossa ainda tem tudo isso?
Apenas com o olhar que aquele povo direcionou a ela fez com que se retirasse imediatamente do local e enfim os doentes poderiam ser atendidos depois de uma revindicação firme e objetiva.
Agora pergunto: Era necessário aquele povo invadir as dependências da UPA para terem o direito de serem atendidos com dignidade?
Qual será a solução para saúde em nosso estado?
Saldo do dia: Perdi um dia de trabalho, minha namorada ficou enternada na UPA (Espero que saia viva) e fiquei com um tremenda dor de cabeça.
O Slogan "Nossa maior prioridade é a sua saúde" deveria ser (Você terá saúde se brigar)
Espero que a saúde "Humanizada" seja melhor do que a de "Primeiro Mundo" por que se não estaremos na merda.

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