quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Making Of do Espetáculo "Os Malditos"


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Curta Temporada do Espetáculo "Os Malditos"

 
                                     
Em curta temporada a Cia Tanto de Lá Quanto de Cá, 
 Apresenta "Os Malditos", espetáculo baseado na obra "Oração para um Pé-de-Chinelo" de Plínio Marcos.
Você entrará na trama de três seres com poucas expectativas. Uma fuga, uma morte e o desespero total querendo a sobrevivência. Dor. A Frustração toma conta dos personagens em uma noite estranha, a cachaça que os nos embriaga e que é o café da manhã de rato, como uma crítica; para aguentarmos o nosso dia, todo dia, precisamos nos embriagar, pois sóbrio não se aguenta.
Como você age quando alguém te encurrala?
Num barraco, Rato, Dilma e Bereco, vão decidir sobre suas vidas.
Um mergulho na vida marginal, o fugir dos "homi", o querer e não poder ter. Num sistema que nos torna marginais.

Elenco: Daya Abudi, Venicio Toledo e Yuri Montezuma
Direção: Flávio Lofego
Maquiagem/Fotografia de Capa, Figurino, Cenário: Allana Khristie
Música: Piero Aranibar
Música ao Vivo: Piero Aranibar.
Produção: Cia Tanto de Lá Quanto de Cá.
Data: 02, 03, 09 e 10 de Dezembro
Entrada: R$ 20 Inteira e R$ 10 Meia
* Antenção: PÚBLICO LIMITADO A 25 PESSOAS POR SESSÃO.
Local: CINE TEATRO RECREIO

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O Que Se Passa No Quarto Ao Lado?

Arte - João Marcos



Quando fui morar no meu apartamento atual (Quartinho, pequenino), não imaginava o que poderia encontrar por lá. Na verdade o interesse pela mudança não foi meu e sim da minha namorada, que por sinal tinha razão, no meu antigo endereço as coisas eram estranhas.
Pelo menos umas três vezes alguém "abriu" minha janela "procurando" alguém, então passei a colocar a cabeça no travesseiro com um facão, na estante uma faca menor e no bolso uma canivete, de alguma forma eles iriam me ajudar a dizer para a rapaziada que os tal fulano que viviam procurando não morava lá.
Nessa época trabalhava em um mercado conhecido na cidade ( não vou dizer o nome por que não estão me pagando para tal), saía de casa 4:30 da manhã para pegar a condução das 5:00, para está naquele deposito ás 5:45, para enfim começar os trabalhos 6:00 em ponto. Mas... Sempre tinha a oração matinal. Nunca fechei os olhos, pois se o fizesse com certeza não tornaria a abrir antes das onze. Dividi essa rotina durante um ano de segunda a sábado com minha universidade, que também era de segunda à sábado. Então vocês podem imaginar como fiquei.
Pois bem... Vamos ao que interessa antes que eu esqueça. O meu novo local de moradia tem a aparência de uma pequena vila, com um portão grande vermelho com entrada para carros, a senhoria fez sua residência acima dos quartinhos e mais dois ao fundo (Dividido ao meio se tornou dois), um deles é o meu, lá não tem terreno de terra, tudo é piso cerâmico. Atualmente sinto falta de terrenos de terra, do cheiro da poeira do quintal, das galinhas ciscando, essas coisas.
Minha namorada disse que iria morar comigo e assim o fez e a primeira coisa que fez na nova moradia: Pintar a parede com desenhos de que gostava, simplesmente acho legal e bonito, mas não tenho habilidade para tal. Quando mudamos estava um calor do cacete e mesmo assim a vizinha do quarto ao lado chegou, nos olhou e entrou trancando a porta atrás de si.
Cada um com seus problemas, mas estava quente, muito quente e com certeza aquele quarto não tinha ar condicionado e nenhum ventilador poderia suprir a necessidade de um ar mais fresco. Para nossa surpresa tinha uma porta dentro do nosso quarto que ligava ao quarto da vizinha "estranha". A primeira piada que fizemos foi: Imagina se estamos dormindo e alguém abre a porta e... Minha namorada não gostou da brincadeira. Então parei. Depois de muita arrumação, apagamos.
Passaram-se alguns dias de tranquilidade na pequena vila de moradores estranhos, a vizinha da frente trabalhava com salão de beleza, a filha numa loja e o filho era professor de artes marciais, já o marido sempre o via com uma lata de cerveja na mão, acho que era provador de cerveja. Tinha o senhor dos bombons, vendia doces e balas de frente da igreja que fica ao lado. A senhora que trabalhava no mercado durante a noite e dormia durante o dia. E por fim minha vizinha misteriosa, a única coisa que sabia dela era que trabalhava numa loja de bebidas para emagrecer. Nossa comunicação se resuma apenas no bom dia e boa noite.
Passaram-se os meses e minha namorada decidiu voltar para casa da família, não, nós não terminamos, mas ela tem alergia e o ambiente não estava colaborando com sua saúde. Por isso foi necessário ir "embora".
Nunca se ouvia nada saindo daquele quarto, mesmo tendo uma porta como divisão entre o meu mundo e o mundo ao lado com seu marido. Sim, ela é casada, amigada, o cara aparece a cada quinze dias, parece que vive viajando, mas é quando ele está que a coisa fica interessante, parece que aquele silêncio ganha vida. Ela é morena dos cabelos lisos, de curvas salientes, olhos grandes, seios fartos e boca carnuda, já ele um magrela, cabeçudo e estranho. Mas o que se passa no quarto ao lado?
Chego em casa depois de um dia cansativo de trabalho, passo em uma distribuidora e compro umas bebidas para engolir os sapos diários, caso contrário não se aguenta. Não tenho cama, tiro a roupa, coloco as bebidas na geladeira, pego uma garrafa e me sento no colchão, pego um dos dez livros que estou lendo ao mesmo tempo e começo a matar o capítulo, me silêncio, mas ali acordado devaneando minha vida quando ouço.

- Caralho mete direito!

 Puta merda, esses dois estão trepando e eu sem sono vou ser obrigado a participar como voyeur de ouvido, decido buscar outra cerveja, quando ameaço levantar  para ir buscar outra cerveja...

- Faz silêncio... Ouviu? (Diz ela)

- O quê?

- O Vizinho!

- Não estamos fazendo nada, estamos na nossa casa.

Estão... Estão atrapalhando meus pensamentos, poluindo as boas ideias, queria escrever algo sobre o ocorrido no dia e agora graças aos dois trepadores perdi o fio da meada. Saí e fui buscar mais uma cerveja. Quando volto escuto o cara dizendo que iria buscar umas cervejas na distribuidora, pensei: Que transa mais rápida, coelho perde.
O cara sai e a mulher fica reclamando, dizendo que o cara não apertou direito, que a merda não ia prestar, saco que ela liga para alguém e conta toda a história. Acho que o lance foi muito ruim para ela sair contando para as amigas. Queimou o carinha.
Ouvir alguém transando uma vez é interessante, agora ouvir alguém não transando é frustante. Os dias seguintes foram uma verdadeira batalha entre ele e ela.

- Você não está conseguindo. (Dizia Ela)

- Se você não falasse tanto poderíamos conseguir (Falava ele)

- Não está dando certo entre nós!

Caramba o amor estava acabando. Ela concordou, mas mesmo assim continuaram morando juntos e logo percebi que o lance era tudo fachada, não terminaram porra nenhuma. Ficaram em silêncio, me ouvindo, cada mexida que dava em minhas sacolas, bolsas, a roupa suja que jogava no canto da parede, era comentado no quarto ao lado. A porta! Corri para porta que dividia o quarto, coloquei o ouvido, pensava: O que se passa na merda desse quarto? Escuto algo muito perto da porta, bate um receio, vou sair daqui, pegar uma cerveja e desencanar. Quando estou relaxando a mulher diz: Está tudo silêncio lá. Será que ele dormiu? - Responde uma voz feminina. CARALHO. Estão ouvindo os meus passos. Faço barulho de propósito, mexo em livros, sacudo roupas, A conversa se intensificava do lado de lá. Até que cansei e apaguei. Pela manhã estava saindo quando deparo com a porta deles escancarada, uma calcinha (usada) estendida numa cadeira, sutiã no chão, vejo uma sobra vindo e baixo a cabeça e começo a fechar minha porta. Um espirro bem forte. Ela é alérgica. Bom dia - digo descaradamente com o olhar dizendo - Sei que estava atrás da porta me ouvindo. Ela responde com a cara amassada, olhos inchado elo o efeito do problema com a alergia - Bom dia.
Dou uma receita caseira que pode ajudá-la com o seu problema. Eu estava sonado e não tinha reparado que a mulher estava apenas de sutiã e uma calcinha bem curta - sendo sincero - só a tira. E transparente. Prefiro acreditar que era o efeito da alergia.
Vou saindo em direção ao grande portão vermelho e ouço uma pergunta.

- Vizinho posso te fazer uma pergunta? (Diz ela)

- Claro!

- O que acontece no seu quarto pela noite? Parece que você não dorme.

Penso um pouco, também queria saber o que se passa no quarto dela durante a noite, respondo:

- Gosto de ler e fico até a madrugada nos livro.

- Ah! Entendi.

Não me contive...

- E no seu? Ouvi você brigando com o marido.

- Não é bem meu marido... Um namorido... Minha irmã está vindo pra cá com seu filho, então pedi para ele montar uma pequena cama para meu sobrinho não dormir no chão. Só que o cara não consegue enfiar um parafuso direito. Sabia que iria escutar por isso disse para ele fazer silêncio para não te incomodar o sono. Incomodou?

- Não!

Dei até logo e fui embora... O cara não saber colocar o parafuso? Então o que significou aquele...

- Enfia tudo - (Dela).
Tá bom!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Em Construção





A Cia Tanto de Lá Quanto de Cá é formada por Yuri Montezuma, Daya Abudi, Piero Aranibar e Venicio Toledo. Durante o processo de ensaio decidiram filmar fragmentos das cenas desenvolvidas. Assim criando uma fonte de pesquisa e memória. No momento o grupo reside em Rio Branco - Acre.

Em Construção





A Cia Tanto de Lá Quanto de Cá é formada por Yuri Montezuma, Daya Abudi, Piero Aranibar e Venicio Toledo. Durante o processo de ensaio decidiram filmar fragmentos das cenas desenvolvidas. Assim criando uma fonte de pesquisa e memória. No momento o grupo reside em Rio Branco - Acre.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Noite de Diabo Danado


Nessa primeira edição, Yuri Montezuma, coloca na cena da apreciação seus primeiros textos. Dando um mergulho na marginalidade vivida durante os primeiros anos da infância, entre mulheres de vida fácil, convivendo com pessoas que tinham os desejos mais estranhos e com caras de pau. Aqueles que conseguiam dar nó em água, caso de Paulo em SER, Pra Quê, Por quê?, ou da consciência política das prostitutas de Noite de Diabo Danado.
Assim nessa mistura de géneros como na Rua do Loucos, o autor transmuta esses personagens reais que em algum momento estiveram em sua companhia ao longo de sua vida.