terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Baladas de um Louco

Já não estou pisando normal.
O subir de uma escada é torturante,
Meus ossos doem!
O único prazer desses meus dias foi você.
Como não percebe que te desejo?
Não o desejo do prazer!
Mas o desejo de ter você... ao lado.
As palavras já estão confusas,
Os joelhos doem!
Cada noite é desesperadora.
Não sei se gosto de viver dessa maneira!
Descer a escada é uma batalha...
A cama é sempre fria!
As palavras jã estão confusas.
E já não sei se quero mais...


Yuri Montezuma

Jhennyffer

Dos cabelos longos ondulados,
Lindos.
Dos olhos cansados e um sorriso no rosto.
De um pulso machucado e um aperto de mão firme,
Jhennyffer.
Do andar zig-zagueando por entre os ônibus da cidade...
Da primeira vez e um olhar no horizonte,
Da segunda vez um sorriso...
Da terceira vez uma palavra.
E agora...Jhennyffer.
Aquela que sempre traz um sorriso ao encontrá-la


Yuri Montezuma

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Minhas Noites de Cipó

Gostaria de saber o por que do entendimento das pessoas serem rasos.
O ignorante de não saber que nada sabe.
Engraçado!
A eloquência chega ser perto do convencimento.
Que pena!
Estão envenenados.
Eu em minhas noites continuo assistindo.
Continuo bebendo.
Rindo!
Sentado, Olhando, Sabendo...
Não sabendo.
Que eles nada sabem.
Engraçado!
Prefiro meter a língua atrás dos dentes.
Sorrir!
Continuar bebendo.
Eles estão envenenados.


Yuri Montezuma

Meus Caminhos

Sou um viajante em estradas conturbadas.
Me perco em caminhos limpos...
Gostaria mesmo era cair na lama.
Assim limparia a alma do embriagado!
Sou um viajante solitário de caminhos curtos.
Pés calejados de estradas lisas...
Gostaria de pés limpos em estradas esburacadas.
Sou um viajante solitário de caminhos em círculos.
Mas... Que nunca volta ao centro.


Yuri Montezuma

A Sombra e Eu ou Eu e a Sombra

De teus passos não quero nem os sapatos.
Do ignorar as mãos nos bolsos.
Em pensar que um olhar penetrou meu corpo com seus ciúmes.
Insegurança!
O medo de perder.
Não ri, mas acho engraçado.
Sei e comento o medo de tua sombra...
A sombra que não acredita na sua própria existência.
Qual existência?
Não ri, mas acho engraçado.


Yuri Montezuma

Cabelos Negros

Andar em terrrenos desconhecidos.
Noites abafadas e o sangue na boca.
Desejos de passar horas a fio no teu colo,
Mergulhar nos cabelos tão negros quanto a escuridão.
Descer e beber nosso suor após o sexo selvagem...
Sentir o rasgar de nossa pele.
E voltar a sentir o sangue na boca.

Yuri Montezuma

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quarto

Neste quarto sinto o cheiro da Eva... Sem Adão.
Mexo, rolo, enrolo e a fumaça sobe.
No fundo mil pensamentos chegam para visitar.
Na cabeça o som das idéias...
Som de pegadas no chão.
Nesse quarto me afogo em Noites Brancas, desço no meu subsolo.
E encontro o meu baton lilás.
Neste quarto me sinto livre.


Yuri Montezuma

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Teatro do Invisível de uma Forma Livre

Dentro do contexto de Augusto Boal, o teatro do invisível é uma ação/encenação em quê se acontece uma situação a qual o público não perceba que ali existe “Teatro”. Situações do cotidiano que passam despercebidos pelo olhar do povo ou simplesmente o próprio povo ignora tal acontecimento. Acontecimentos que vão desde um problema político até o funcionamento da fila de um banco.

Essa cena do cotidiano é encenada no local onde poderia ter acontecido, sem que se identifique como teatro. Algo que der aparência do mais próximo do real, fazendo que assim o povo/público/espectador acabe participando, reagindo e opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

Assim segundo Boal, Pode-se acontecer uma encenação sem características claras para o espectador se foi teatro ou se realmente houve um embate, discussão da situação, se havia uma “revolta” de populares ou até mesmo indignação. O claro que de ficar mesmo é que com essa ação o povo participe e comente, encontre soluções, mas que participe.

O que se dever ficar claro ao grupo que irá realizar o teatro do invisível é seu objetivo, o que desejam atingir e de que forma irão chegar a tal objetivo. Esse cuidado se é necessário para não deixar a ação cair em um marasmo, sem sentido, apenas mais uma confusão na praça, na fila do banco, no hospital, dentro do ônibus e etc, ao se fazer tal proposta, devemos tomar todo o cuidado.

Cuidado tanto como responder três perguntas básicas: Como iremos fazer? Onde iremos fazer? E por que iremos fazer? Uma espécie de projeto de encenação que vai desde estudar o espaço com todo o cuidado possível até deixar de sobreaviso outra parte do grupo caso aconteça realmente uma confusão.

Apesar de não ser adepto do trabalho de Boal e também ter minhas restrições ao trabalho desenvolvido por ele, concordo que existem momentos que precisamos dizer algumas coisas sem sermos tachados ou ligados a grupos, entidades e afins. Percebo que o povo escuta o povo, mas também vejo que o próprio povo que erroneamente dizemos que é sábio por ser “A voz de deus” é também massa de manobra que é levado sempre a dizer sim ou não. Sem a existência de um questionamento e sem se fazer a pergunta dos por quês, esse mesmo povo ao qual Boal, direciona o seu teatro do invisível não irá acordar de seu sono profundo que se encontra.

Sendo que essa é uma das formas que Boal encontrou para ajudar/ensinar o povo a buscar, falar, questionar e ser povo, foi feliz em seu teatro do invisível. Dentro dessas coisas vem a frase que diz o seguinte: O povo sem cultura é um povo ignorante (deixo claro que o ignorante ao qual me refiro aqui não é do ser “burro” falando de uma forma vulgar, mas sim aquele que ignora). Assim Boal, tenta através do teatro do invisível tirar uma “cortina” que veda os olhos do povo.

Dentro dessa vertente de conhecimento chamada Boal, encontramos um ser questionador, que ensina a se questionar e a questionar o mundo ao nosso redor, mas que ainda muitos não viram. Esse teatro do invisível de Boal deve ser estudado de uma forma aprofundada e como grande questionador que era seu criador, esse mesmo teatro deve ser questionado e as formas de como se está utilizando o termo “Teatro do Invisível” para muitas coisas que fogem do que Boal acreditava e estudava. Mas isso é para outra conversa.

Por enquanto ficamos apenas no teatro do invisível sem mais questionamentos aprofundados ou teses. Apenas no teatro.