segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dos Peixes o Que Resta?



Desse rio barrento que já molhou meus pés e que hoje é lodaçal.
A sua beira observo a tranformação do peixinhos em peixes alienados, cegos.
Dos peixes que pulavam e gritavam "LIBERDADE".
Que hoje vivem de colera no pescoço como cachorros lambendo o osso e abanando o rabo pro dono.
Peixes que faziam arte!
Que agora brigam pelo osso que resta.
Matando uns aos outros...
Peixes de dentes afiados, armados.
Doentes.
Um cancêr para um rio agonizante.
Um cancêr para natureza.
Um cancêr para a arte.

Yuri Montezuma