terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Baladas de um Louco

Já não estou pisando normal.
O subir de uma escada é torturante,
Meus ossos doem!
O único prazer desses meus dias foi você.
Como não percebe que te desejo?
Não o desejo do prazer!
Mas o desejo de ter você... ao lado.
As palavras já estão confusas,
Os joelhos doem!
Cada noite é desesperadora.
Não sei se gosto de viver dessa maneira!
Descer a escada é uma batalha...
A cama é sempre fria!
As palavras jã estão confusas.
E já não sei se quero mais...


Yuri Montezuma

Jhennyffer

Dos cabelos longos ondulados,
Lindos.
Dos olhos cansados e um sorriso no rosto.
De um pulso machucado e um aperto de mão firme,
Jhennyffer.
Do andar zig-zagueando por entre os ônibus da cidade...
Da primeira vez e um olhar no horizonte,
Da segunda vez um sorriso...
Da terceira vez uma palavra.
E agora...Jhennyffer.
Aquela que sempre traz um sorriso ao encontrá-la


Yuri Montezuma

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Minhas Noites de Cipó

Gostaria de saber o por que do entendimento das pessoas serem rasos.
O ignorante de não saber que nada sabe.
Engraçado!
A eloquência chega ser perto do convencimento.
Que pena!
Estão envenenados.
Eu em minhas noites continuo assistindo.
Continuo bebendo.
Rindo!
Sentado, Olhando, Sabendo...
Não sabendo.
Que eles nada sabem.
Engraçado!
Prefiro meter a língua atrás dos dentes.
Sorrir!
Continuar bebendo.
Eles estão envenenados.


Yuri Montezuma

Meus Caminhos

Sou um viajante em estradas conturbadas.
Me perco em caminhos limpos...
Gostaria mesmo era cair na lama.
Assim limparia a alma do embriagado!
Sou um viajante solitário de caminhos curtos.
Pés calejados de estradas lisas...
Gostaria de pés limpos em estradas esburacadas.
Sou um viajante solitário de caminhos em círculos.
Mas... Que nunca volta ao centro.


Yuri Montezuma

A Sombra e Eu ou Eu e a Sombra

De teus passos não quero nem os sapatos.
Do ignorar as mãos nos bolsos.
Em pensar que um olhar penetrou meu corpo com seus ciúmes.
Insegurança!
O medo de perder.
Não ri, mas acho engraçado.
Sei e comento o medo de tua sombra...
A sombra que não acredita na sua própria existência.
Qual existência?
Não ri, mas acho engraçado.


Yuri Montezuma

Cabelos Negros

Andar em terrrenos desconhecidos.
Noites abafadas e o sangue na boca.
Desejos de passar horas a fio no teu colo,
Mergulhar nos cabelos tão negros quanto a escuridão.
Descer e beber nosso suor após o sexo selvagem...
Sentir o rasgar de nossa pele.
E voltar a sentir o sangue na boca.

Yuri Montezuma

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quarto

Neste quarto sinto o cheiro da Eva... Sem Adão.
Mexo, rolo, enrolo e a fumaça sobe.
No fundo mil pensamentos chegam para visitar.
Na cabeça o som das idéias...
Som de pegadas no chão.
Nesse quarto me afogo em Noites Brancas, desço no meu subsolo.
E encontro o meu baton lilás.
Neste quarto me sinto livre.


Yuri Montezuma

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Teatro do Invisível de uma Forma Livre

Dentro do contexto de Augusto Boal, o teatro do invisível é uma ação/encenação em quê se acontece uma situação a qual o público não perceba que ali existe “Teatro”. Situações do cotidiano que passam despercebidos pelo olhar do povo ou simplesmente o próprio povo ignora tal acontecimento. Acontecimentos que vão desde um problema político até o funcionamento da fila de um banco.

Essa cena do cotidiano é encenada no local onde poderia ter acontecido, sem que se identifique como teatro. Algo que der aparência do mais próximo do real, fazendo que assim o povo/público/espectador acabe participando, reagindo e opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

Assim segundo Boal, Pode-se acontecer uma encenação sem características claras para o espectador se foi teatro ou se realmente houve um embate, discussão da situação, se havia uma “revolta” de populares ou até mesmo indignação. O claro que de ficar mesmo é que com essa ação o povo participe e comente, encontre soluções, mas que participe.

O que se dever ficar claro ao grupo que irá realizar o teatro do invisível é seu objetivo, o que desejam atingir e de que forma irão chegar a tal objetivo. Esse cuidado se é necessário para não deixar a ação cair em um marasmo, sem sentido, apenas mais uma confusão na praça, na fila do banco, no hospital, dentro do ônibus e etc, ao se fazer tal proposta, devemos tomar todo o cuidado.

Cuidado tanto como responder três perguntas básicas: Como iremos fazer? Onde iremos fazer? E por que iremos fazer? Uma espécie de projeto de encenação que vai desde estudar o espaço com todo o cuidado possível até deixar de sobreaviso outra parte do grupo caso aconteça realmente uma confusão.

Apesar de não ser adepto do trabalho de Boal e também ter minhas restrições ao trabalho desenvolvido por ele, concordo que existem momentos que precisamos dizer algumas coisas sem sermos tachados ou ligados a grupos, entidades e afins. Percebo que o povo escuta o povo, mas também vejo que o próprio povo que erroneamente dizemos que é sábio por ser “A voz de deus” é também massa de manobra que é levado sempre a dizer sim ou não. Sem a existência de um questionamento e sem se fazer a pergunta dos por quês, esse mesmo povo ao qual Boal, direciona o seu teatro do invisível não irá acordar de seu sono profundo que se encontra.

Sendo que essa é uma das formas que Boal encontrou para ajudar/ensinar o povo a buscar, falar, questionar e ser povo, foi feliz em seu teatro do invisível. Dentro dessas coisas vem a frase que diz o seguinte: O povo sem cultura é um povo ignorante (deixo claro que o ignorante ao qual me refiro aqui não é do ser “burro” falando de uma forma vulgar, mas sim aquele que ignora). Assim Boal, tenta através do teatro do invisível tirar uma “cortina” que veda os olhos do povo.

Dentro dessa vertente de conhecimento chamada Boal, encontramos um ser questionador, que ensina a se questionar e a questionar o mundo ao nosso redor, mas que ainda muitos não viram. Esse teatro do invisível de Boal deve ser estudado de uma forma aprofundada e como grande questionador que era seu criador, esse mesmo teatro deve ser questionado e as formas de como se está utilizando o termo “Teatro do Invisível” para muitas coisas que fogem do que Boal acreditava e estudava. Mas isso é para outra conversa.

Por enquanto ficamos apenas no teatro do invisível sem mais questionamentos aprofundados ou teses. Apenas no teatro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Vento

A suavidade do vento me leva.
Aos braços.
Aos laços.
Aos olhos do deus do sono.
Em uma embriaguez do sonhar.
A suavidade do vento me traz de volta aos pés da montanha.
Me joga entre as árvores.
Me mergulha na profundeza do rio.
A suavidade do vento...
Me acorda.


Yuri Montezuma

Quem é Mayor?

Do meu lado uma guria.
Olhos grandes, cabelos longos, estirados.
Sorriso suave... Alegre.
Sonhadora... Igual aos contos de fadas.
Sempre alegre.
Até na tristeza se mostra feliz.
Grita, rir, gargalha.
Faz careta. Me causa admiração!
Pequena, mas notável.
Mayor é assim... Viva!
Não perde tempo esperando voar.
Ele pega sua caneta e vai pela imaginação.
Viva!


Yuri Montezuma

Sono

Uma cara de sono...
Hoje estudando o negro, o branco e o índio.
Uma língua latina que suaviza meu embalo.
Uma sala lotada de cabeças pensantes, impesantes. Vazias.
E eu?
Uma cara de sono.


Yuri Montezuma

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ficção

Teu toque na ficção me leva para a realidade.
Poucos momentos de tuas mãos em meu corpo.
Momentos de minha loucura.
De querer acreditar.
Momentos de descer para uma paixão que quero renegar.
Do aproximar de lábios sem nada ganhar.
Que por um segundo saber que é minha.
Viverei guardando esse tempo.
Feliz...
E com dor.


Yuri Montezuma

Meu Olhar

Andei hoje pelas estradas.
Senti que em poucos passos irá se afastar.
Não vou cobrar companhia.
Basta apenas o olhar.
Hoje vi sua porta.
Queria não ter meus pés assim... Colados no chão.
Me basta fazer você saber.
Saber de meu olhar.
Ele te diz mil coisas.

Yuri Montezuma

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Hoje Pela Madrugada

Um rio em curva.
Um Corcel prata.
Pés por baixo da porta.
Mil eus ao redor do templo.
Um quarto no escuro.
E uma mão afagando os poucos cabelos.
Do outro lado mata.
Pés por baixo da porta.
E mil eus a me vigiar.


Yuri Montezuma

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sonho

Deito minha cabeça em meu leito e vou!
Em busca de teus beijos pequenos.
De querer cair em teus abraços pequenos.
O medo da porta nos olhar.
De querer te proteger.
De olhar você fugir sem me olhar nos olhos.
Em meus sonhos vou.
Mergulhando no sabor de teus lábios.
Me sentir vivo.
Voar nos emaranhados cabelos da realidade.
Vou!
Dentro dessa realidade.
Dentro dessa verdade.
Dentro de minha própria vaidade.
De te querer.



Yuri Montezuma

Um Minuto Para Realidade

Do olhar.
Do caminhar.
Do tocar.
De meu coração palpitar.
Dos pensamnetos embaralharem.
De minha respiração ofegar.
Das mãos suarem.
E finalmente...
Te beijar.



Yuri Montezuma

domingo, 4 de setembro de 2011

Eu Hoje

A tristeza hoje me consome como um leão faminto consome sua caça.
Uma velocidade em busca do fim.
A tristeza hoje me consome como o sol evapora a água.
A tristeza hoje me consome como um faminto em busca de alimento.
Hoje estou triste.
Não por não ter você.
Mas por não ter eu mesmo.

Yuri Montezuma

Eu Hoje

A tristeza hoje me consome como um leão faminto consome sua caça.
Uma velocidade em busca do fim.
A tristeza hoje me consome com o sol evapora a água.
A tristeza hoje me consome como um faminto em busca de alimento.
Hoje estou triste.
Não por não ter você.
Mas por não ter eu mesmo.

Yuri Montezuma

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Hoje

Hoje passei por antigas ruas e encontrei antigas coisas, antigos amigos, pequenas vidas.
Hoje desci a ladeira e vi pequenas casinhas feitas de barro e outras de taípa.
Hoje sentei no mesmo banco, olhei o mesmo sol que fazia anos que não conseguia olhar.
Hoje lembrei de tudo o que fizera para chegar até alí.
Hoje comi a mesma comida de infância, bebi o mesmo suco, escutei as gargalhadas.
Mas hoje, logo hoje, nesse sol escaldante que fui até lá me procurar não encontrei.



Yuri Montezuma

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Teus Segredos

Como o poder de teu olhar me distrai.
Como o balançar dos teus quadris me encantam.
Como é lindo teus lábios doce de veneno puro.
Gostaria de viajar em seu sentiomento e sentir você.
Participar de tua respiração.
Me dividir em você.
Querer me embriagar no cheiro de teus cabelos.
Te colocar no colo.
Desvendar teus segredos.
Te deixar desvendar os meus.
Dos teus se fazerem meus.
E que os meus sejam teu.



Yuri Montezuma

Morte

Que os ventos que passam por ti tragam o teu perfume até mim.
Que o sol evapore teu suor e caia sobre meu corpo em forma de chuva.
Que o som de teus passos chegue até os meus ouvidos.
Que a luz dos teus olhos venham de encontro ao meu peito.
Que o toque suave de tuas mãos chegue ao meu rosto.
Que eu não tenha que arrancar aquela rosa para colocar no teu peito.
Que não saiba que você foi embora.
De vez!


Yuri Montezuma

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pela Rua

Saindo para caminhar e ir pelas ruas da cidade olhar o povo.

Pensar.

Respirar a rua.

Parar num bar e embriagar.

Observar as pessoas falarem.

Comer um pouco do conhecimento das pessoas que por lá encontrarei.

Com meus peuquenos passos.

Rua me espere!

Estou indo de peito aberto.




Yuri Montezuma

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Necessidade

Precisamos do prazer da solidão,
Precisamos nos esconder de nós,
Precisamos esquecer o espaço,
Mas, sem egoísmo,
Precisamos de uma solidão nossa,
Uma descoberta de nós mesmos,
Uma exploração por algo inexplorado,
Necessitamos de uma disputa contra nós,
Marcar território nas nossas angústias,
Viajar no desejo,
Ter prazer.


Yuri Montezuma

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Encaracolados

Em passos pequenos esvoaçantes,
Veio em minha direção um olhar grande de deusa,
Perfeito.
Desejo na pele,
Proibido, mas desejo,
Encaracolados com um cheiro de jasmim,
Num canto observo,
Desejo na pele,
Proibido, mas desejo,
Do disfarçar, do olhar, do não querer olhar.
Me desconcerto como um violino desafinado.
Desejo na pele,

proibido, mas desejo.


Yuri Montezuma

terça-feira, 31 de maio de 2011

Pela Metade

Acabando o mês e começo fazer uma reflexão sobre esses primeiros cinco meses do ano, meus planejamentos no fim do ano que passou, buscar minha agenda riscar o que foi realizado e focar no que ainda precisa ser concluído.
Percebo que as coisas vão se encaixando naturalmente como peças de quebra-cabeça e que se nós não reagirmos tanto as mudanças, elas se tornarão menos dolorosas para nós. Nesses cinco meses que se passou consegui atingir meu primeiro objetico que era brigar menos , mas sem deixar de defender meu ponto de vista, não serei um santo... mas digamos que usarei de outros artifícios para conseguir respirar melhor.
Iniciar o ano solteiro: Não era objetivo, mas aconteceu... rsrsrsrsr
Mudanças de ar: Objetivo alcançado.
Começar um processo de ler mais: até o momento vou indo bem... são nove livros diversos. não textos e sim livros... minha meta é ler uns 20 até o fim do ano.
Manter o foco na realização de um trabalho estruturado: até o momento as coisas vão como planejadas.
Bom, isso é pela metade... agora é realizar a outra metade para terminar o ano bem.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Por não Querer

POR NÃO QUERE BEBER DESTE VENENO!
TE DEIXO.


yuri Montezuma

domingo, 29 de maio de 2011

Borboleta

Descobrindo o desejo do tempo de esperar calmamente.
Conhecer um borboleta na noite.
A insegurança da ponta da caneta.
O medo de expor.
Vai borboleta se joga na escuridão.
Não tenha medo de voar.
Saiba que a vida das borboletas são curtas.
Não perca tempo com medo.
Ele e feito de solidão.
Não quer felicidade de ninguém.
voa borboleta.
Se joga no espaço.
Mas não esquece de voltar e contar sua aventura.


Yuri Montezuma

sexta-feira, 27 de maio de 2011

No Leito

Uma noite na embriaguez.

D'alma tonta.

Do corpo envenenado.

Da sede na boca.

De um balançar no estômago.

Dos pés de febre.

Olhar profundo.

Silêncio no abismo!



Yuri Montezuma

Vida no Curral

Como é interessante assistir esse cinema de jogos e brincadeiras da vida real.
Sinto-me colocado em um curral com marcas adquiridas violentamente, busco uma fuga e acabo caindo em discursos batidos de que podemos fazer diferente, ser a mudança, que esse enorme curral necessita. Mãe gentil.
Em determinados momentos sinto vontade de me afastar da boiada, cansa-me comer sal e capim! Não estou preparado para o abate e por enquanto tomo a decisão de não querer engordar.
Procuro uma saída, mas para onde olho existem cercas, amarras, capangas e capachos. Saída mesmo só aquela da forquilha que nos leva ao caminhão, do caminhão ao frigorífico e então o abate! Não estou preparado para o abate.
Quero criar uma fuga para os bezerros! Nós já não podemos fugir , não podemos fazer a diferença no curral, mas podemos abrir uma fuga para os bezerros que irão nascer e quem sabe um dia se transformarão em homens.



Yuri Montezuma

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Código dos Picaretas

Bebidas, Cochichos, Tragos de Cigarros.
Grito, Sangue, Dor.
Fome, Miséria, Saúde?, Falta de Educação!
Por Causa de uma árvore em pé.
Conseguimos começar de fato nossa destruição.
Vamos comer pasto, ração e sal.
Vamos respirar fumaça de óleo diesel.

Beber gasolina!
Vamos nos banhar no agrotóxico.
Mas antes pegue e guarde sua muda de árvore para poder plantar no deserto que estamos criando.
Registra-se, Publica-se e Cumpra-se.


Yuri Montezuma

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pessoas

Amo tudo que é novo.
Mas também amo tudo que é velho.
Amo tudo que é singular.
Mas também amo o plural.
Amo o céu.
Mas também amo o inferno.
Amo o frio.
Mas também amo o calor.
Amo o doce.
Mas não consigo deixar o salgado.
Adoro voar.
Mas gosto de meus pés fincados no chão.
Adoro olhar.
Mas amo não enxergar nada.
Amo tudo que é singular.
Mas também amo o plural.



Yuri Montezuma

quarta-feira, 13 de abril de 2011

De Volta

Eita saudade arretada! Estive viajando para o interior do estado e para onde fui internet é milagre. E quando se tem internet tem que rezar para que tudo ocorra bem! Mas agora voltei e vamos continuar com as atualizações do blog. Irei contar minha história no Jordão, município onde fui ministrar uma oficina teatral para iniciantes. Então aguardem que irei postar fotos da cidade e contar um pouquinho da minha pequena passagem pelo município.


OBS: Saudades Jordão.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Segredo

O bom é não contar.

Mas o melhor é revelar apenas para dois.

Eu e você.

Nós nos arrepiamos só em pensar que podem descobrir.

Bate um frio na barriga.

Mesmo assim guardamos nosso segredinho.

Entre sete chaves.

Por que todo bom segredo tem que ter sete chaves.

Pisamos em cascas de ovos para ninguém ouvir.

E quando a casca estrala a gente disfarça.

Todo mundo nos olha com os olhos arregalados.

Mas o bom é causar dúvidas, curiosidades, suspense.

E!

Pegar o segredo dobrar e colocar ele guardadinho no coração.

Pensou que eu ia te contar, né?

Yuri Montezuma

quarta-feira, 30 de março de 2011

Madrugada

Na noite um susto.

Serás um amor?

Serás uma paz?

Serás uma solidão invadinto minha madrugada.

Se dane o mundo.

Vou me jogar nos braços da madrugada.

Cair no abismo do escuro.

No embalo do deslizar de uma mão no rosto.

Do colocar os dedos nos cabelos.

Do ter prazer na sua cegueira.

Cair.


Yuri Montezuma

terça-feira, 29 de março de 2011

Folhas Secas

Como essa folhas caem devagar.

E devagar meu ar desce com elas.

E vou no balançar ziguezagueando pelo vento.

Passo das nuvens passo.

Pelos olhos passo.

E passo pelo passo.

Pelo longínquo infinito infindo.

Como devagar essa folha cai devagar.

E meu ar devagar desce com ela.


Yuri Montezuma

Que Tal?

Que tal ir pra lá?


Que tal lá pra cá?


Que tal passar?


Que tal ficar?


Que tal pensar?


Que tal ouvir?


Que tal!


Como tal.



Yuri Montezuma

segunda-feira, 28 de março de 2011

Teoria não se aplica à Prática

Respeito quem tem o prazer de defender a teoria, que vive dentro das teorias acadêmicas. Agora com todo respeito aos doutores: Desçam desse altar e se tornem mais humanos! Garanto que quando olhar o mundo do chão, perceberão que as coisas olhadas de frente são bem diferentes do que olhadas do alto.

É muito simples olhar as formas como pesquisador e nesse olhar tudo tem solução, todos devem seguir regras, eu doutor sou dono da verddade, eu doutor vou ouvir vocês, mas não falem por que não deixarei. Dentro do meu jogo faço as regras e quando estou dentro do jogo de outras pessoas aceito as regras que são impostas mesmo em alguns casos não acretitando, mas suportando por que meu certificado de conclusão de curso depende de minha aceitação de algumas teorias isignificantes no papel que quero desempenhar.

Mesmo assim respeito os profissionais que usam de tais teorias para aplicarem suas aulas. Agora usar de suas aulas para julgar o trabalho de outras não aceito ... Dentro do meu jogo faço as regras e quem é ou será meu público alvo, idade e etc. Um pré-requisito para se realizar o trabalho que faço. Se eu uso teorias para realizar meus trabalhos? Sim! Mas não para desmerecer trabalho de A ou B, ou para dizer como uma ou outra pessoa deve agir.

Então meus caros doutores, guarde à prática das teorias de vocês para vocês.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Como Esse Processo me Cansa

Como esse processo me cansa.
Como meus olhos estão cansados.
Como fazer se acreditar em voar?
Se cortei minhas asas.
Como passar confiança?
Se meu olhos passam insegurança.
Como se ganhar?
Se as palavras me fazem perder.
Como ficar com medo?
Se apenas cai de um degrau!
E os outros tantos que já subi?
São apenas arranhões.
As feridas de verdade ainda estão por chegar.
Como me passar por humilde?
Se na maioria do meu tempo sou arrogante.
Não quero baixar e nem quero que baixe cabeça.
Como se ganhar?
Se as palavras me fazem perder.
Como se fazer acreditar em voar?
Se cortei minhas asas?
Tenho medo de cair.
Me bate um medo.
Lembra que são apenas arranhões.
É apenas um degrau!
E os tantos que já subi?
As feridas de verdade ainda estão por chegar.

Yuri Montezuma

quarta-feira, 23 de março de 2011

Rebelde Com Sem Causa

Quero informar que agora já não sou um rebelde sem causa... Agora já sou um rebelde com causa... Agora não me pergunte qual é a causa por que pode haver alguém já defendendo essa tal causa. Mas que causa? Caramba virei novamente um rebelde sem causa... Então... Viva a liberdade e tudo aquilo que não é programado... Encontrei uma causa... Já estão usando essa causa também. Fiquei sem causa de novo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Pequenos Passos

Como gostaria que aquela lua iluminando meu caminho fosse teus olhos brilhantes!
Como gostaria de olhar teus pequenos passos.
Como gostaria de ouvir teu sorriso suave.
Como gostaria de viver ao seu lado.
Mas pior do que morrer é não viver.
Como gostaria poder te olhar viver.
Como gostaria lua, passos, lado, viver.
Como gostaria pequenos.

sábado, 19 de março de 2011

A Exceção e a Regra (Bertolt Brecht)

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexpricável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.

Brecht

quinta-feira, 17 de março de 2011

Enfim o Ano Começou!

Primeiramente peço desculpa pela ausência nos dias que se passaram, mas tinha por aí carnaval, volta as aulas na universidade e etc.
Quero dizer que ainda estou saindo da ressaca momesca, por isso ando meio lento... Mas assim que conseguir assimilar toda essa nova fase estarei a pleno vapor. Para que vocês não fiquem boiando, aí vão duas dicas culturais.

Grupo do Palhaço Tenorino Apresenta "Os Saltimbancos" todos os sábados e domingos do mês de Março no Teatro de Arena do SESC Rio Branco, Sempre às 18:00h.


A CIA Irreverentes Apresentam "Otelo , o mouro de Veneza" de Willian Shakespeare, Todo final de semana do mês de Março no Teatro Plácido de Castro - Teatrão, sempre às 20:00h.

APROVEITEM!!!!!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E Por Falar em Ladrão de Galinhas (Luis Fernando Verissimo)

Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e levaram para a delegacia.
- Que vida mansa, hein, vagabundo? Roubando galinha pra ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para cadeia!
- Não era para mim não. Era para vender!
- Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!
- Mas eu vendia mais caro!
- Mais caro?
- Espalhei um boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.
- Mas eram as mesmas galinhas, safado.
- Os ovos das minhas eu pintava.
- Mas que grande pilantra... (Mas já havia um certo respeito no tom do delegado) Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...
- Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar o preço dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligópolio. Ou, no caso , um ovigopólio.
- E o que você fez com o lucro do seu negócio?
- Especulo com o dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclussividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.
(O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confotável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:
- Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?
- Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente do exterior.
- E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?
- Às vezes. Sabe como é.
- Não sei não excelência. Me explique.
- É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. Do risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente. Vou para cadeia. É uma experiência nova.
- O que é isso, excelência? O senhor não vai preso não.
- Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!
- Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Teatro

O Grupo do Palhaço Tenorino (GPT), volta em temporada com o espetáculo "Os Saltimbancos", todos os Sábados e Domingos de Março (Após o Carnaval).

Quando: Sábados e Domingos de Março (Após o Carnaval)
Local: SESC CENTRO
Hora: 18H

Contato: www.teatrogpt.com.br teatrogpt.blogspot.com
Tel: (68) 9975-5044

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Oficina

Como todos já sabem, está rolando uma oficina teatral com Zeca Ligièro, também estou fazendo parte dessa oficina.
Deveria ter postado um texto referente ao trabalho que estamos fazendo nessa oficina, mas tinham outras pautas pendentes e outras que surgiram durante esse tempo que precisavam ser colocadas nesse espaço com urgência, então a todos minhas sinceras desculpas.
Então vamos ao assunto que tanto nos aflige:
Você que trabalha com teatro ou é louco por formação e novas informações referente ao campo teatral, que faria se alguém chegasse e falasse: O trabalho deve ser sem som e a interpretação será o ator e ele mesmo.
É isso mesmo que estamos tentando assimilar dentro do trabalho com o Zeca, sair de tudo aquilo que nos foi passado, aprendido, concebido, e que repassamos ao longo de nossos trabalhos para os atores de nossos grupos e Cia. Isso não quer dizer que iremos abandonar nossos métodos, sim abriremos nossos campos de trabalhos e pesquisas.
Especificando:
Nós como atores/criadores, estudamos o personagem e damos vida a toda trama, como dizemos e falamos. É tudo pré-planejado: Sabemos a hora de chorar, de gritar, a hora de ser amoroso, sempre no fio da navalha, tensionado, resumindo é tudo pensado.
Nesse trabalho, somos incentivados a esquecer (Pelo menos durante esse trabalho) tudo aquilo que já somos condicionados a fazer. Somos incentivados a buscar um caminho novo, uma nova forma de criar, de se fazer teatro, uma maneira de tentar começar tudo do zero, isso nos causa uma insegurança constante. Afinal tudo que nos é novo nos causa insegurança e um pouco de medo.
Sabemos que isso é uma proposta de trabalho e que ninguém é obrigado a abandonar sua experiência, seus estudos e suas pesquisas para adotar esse método, mas desde já sabemos que estamos adquirindo uma gama possibilidades para realização de nossos trabalhos como atores, diretores, criadores, professores de artes e como homem e si.
Mas que nos mostra uma boa forma de trabalhar o ator e nossas formas de fazer teatro, de interagir com o companheiro, com o público, com o espaço, de interagir com nós mesmos. Isso é um pouco que estamos aprendendo com o Zeca.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

De Cabeça Quente com Gelo

O que posso fazer? O que posso dizer? Gosto de cultura e isso é assim desde criança quando minha mãe me levava para dormir nas poltronas do Cine Teatro Recreio, tentava assistir os ensaios que ela fazia com o grupo ADSABA, perdia as forças e era derrotado pelo sono, jogava meu corpo pequeno e franzino no meio das poltronas, caia na viagem... E dormia melhor por que era um sono cultural.
Isto estava no sangue e aquilo me dominou, cheguei e disse que queria fazer parte de tudo aquilo, queria fazer parte do grupo, queria fazer teatro. O diretor do grupo que era Betho Rocha e os demais integrantes aceitaram minha participação, pouco tempo depois pisava no palco pela primeira vez, no ano de 1990. Foi então que comecei minha trilha árdua, prazerosa, desgastante e em alguns momentos decepcionantes como o de ontem.
Fui indicado para compor a mesa no primeiro fórum setorial do CMPC do ano, aceitei a indicação com um pensamento de que poderia ajudar, não sou político, não fico de cara dentro de leis disso ou daquilo, nem fico me engalvinhando com pessoas amigas por causa de dinheiro (Quer ficar com o dinheiro? Fica!), fazendo acusações por causa de um poder, que poder?
Amo o teatro, como amo também a cultura popular, a música que me conforta em momentos de dor e o esporte que já me deu conquistas (Joguei no Independência nos anos de 2002 e 2003), é todos ali sentandos com sues crachás a espera de um começo.
Logo percebi que quando se trata de dinheiro, ninguém tem amigo e sim alianças para conseguir seus objetivos em nome de um coletivo. É isso mesmo! Percebi que pessoas usam o nome do coletivo para alcançara metas pessoais, triste, muito triste.
Mas pulemos essa parte e vamos falar de cultura! Como gosto de assistir a menina com um sorriso no rosto dançando quadrilha junina, como gosto saber que nossa história está bem cuidada, como gosto de olhar aquela pessoa que saiu da criminalidade com ajuda do esporte, como gosto de sentar e assistir uma peça teatral, como gosto de tudo isso.
Como não gosto de assistir pessoas amigas se ofendendo por causas no mínimo chulas, como não gosto de ver aqueles que gosto tanto se portando como crianças chorando pelo doce perdido ou por coisas que não ouviu direito por está no cafezinho, comendo aquela torrada (que por sinal é uma delícia), essas pessoas esqueceram do teatro, cultura popular, do esporte e pensam no dinheiro que vai cair no bolso, quanto mais melhor!
Claro que vão dizer que sem dinheiro não se faz nada e até certo ponto concordo, mas precisa se matar? Ai como o dinheiro cega.
Temos que ter cuidado para que no meio dessa cegueira não se acabe "matando" os amigos.
"O que será que me dá?
Que boli por dentro
Que brota a flor da pela... Que não tem limite" (Chico Buarque)
Vou indo ler um livro sobre teatro, assistir aquela menina dançar, assistir a história acontecer, chutar um bolinha quem sabe e tentar conservar os amigos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Grande Edgar - Luis Fernando Verissimo

Sempre tive a vontade de colocar esse texto aqui! Um texto bem humorado, com situações que deve ter acontecido com muita gente... Vamos deixar blá... Boa leitura.
Já deve ter acontecido com você.
- Não está se lembrando de mim?
Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra?
Neste ponto, você uma escolha. Há três caminhos a seguir.
Um, o curto, grosso e sincero.
- Não.
Você não está se lembrando dele e não por que esconder isso. O "Não" seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você devia ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.
Outro caminho, menos honesto mais igualmente razoável, é a dissimulação.
- Não me diga. Você é o.. o...
"Não me diga", no caso, quer dizer "Me diga, me diga". Você conta com a piedade dele e sabe cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com sua agonia. Ou você pode dizer algo como:
- Desculpe, deve ser a velhice, mas...
Este também é uma apelo à piedade. Significa " Não torture um probre desmemoriado, diga logo quem você é!" É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.
E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.
- Claro que estou me lembrando de você!
Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:
- Há quanto tempo!
Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhgorda, ele o desafiará.
- Então me digam quem eu sou.
Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:
- Pois é.
Ou
- Bota tempo nisso.
Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus?
Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como "Jabs" verbais.
-Como cê tem passado?
- Bem, bem.
- Parece mentira.
- Poxa.
(Um colega de escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)
Ele está falando:
- Pensei que você não fosse me reconhecer...
- O que é isso?!
- Não, por que a gente às vezes se decepciona com as pessoas.
- E eu ia me esquecer de você? Logo você?
- As pessoas mudam sei lá.
- Que ideia.
(É o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O...o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo, amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas.
"Que bom encontra você!" e Paf, chuta uma perna. "Que saudade!" e Paf, chuta a outra. Quem é esse cara?).
- É incrivel como a gente perde contato.
- É mesmo.
Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.
- Cê tem visto alguém da velha turma?
- Só o Pontes.
- Velho Pontes!
(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)
- Lembra do Croarê?
- Claro!
- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
- Velho Croarê!
(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum croarê e nunca fez tiro ao alvo. É Inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)
- Rezende...
- Quem?
- Não tinha um Rezende na turma?
- Não me lembro.
- Devo esta confundindo.
Silêncio. Você sente que está preste a ser desmascarado.
- Sabe que a Ritinha casou?
- Não!
- Casou.
- Com quem?
- Acho que você não conheceu. O Bituca.
Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você esta tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?
- Claro que conheci, velho Bituca...
- Pois casaram.
É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.
- E não me avisaram nada?!
-Bem...
- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!
- É que a gente perdeu contato...
- Mas meu nome está lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.
- É...
- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!
- Desculpe, Edgar, é que...
- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam.
(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de "Já?!")
- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você , viu?
- Certo, Edgar. E desculpe, hen?
- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido!
- Isso.
- Reunir a velha turma.
- Certo.
- E olha, quando falar com a Ritinha e o Matuca...
- Bituca.
- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hen?
- Tchau, Edgar!
Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dize "Grande Edgar". Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar "Você está me reconhecendo?" Não dirá nem não. Sairá correndo.

Trocando de Assunto

Esse blog é destinado a falar de arte, mas hoje irei colocar algo relacionado a saúde! Hoje me desloquei até a UPA (do Segundo Distrito), minha namorada passou mau durante toda noite.
Chegamos a unidade de atendimento as 7:55, retiramos a ficha e olhei uma placa com os dizeres "Nossa maior prioridade é a sua saúde", sentamos e um painel eletrônico fazia a chamada por "Prioridades" vez. Vermelho (Se não cuidarem você vai morrer), Amarelo (É, você tá doente, mas vai sair dessa), Verde (Deixa de moleza e tira a bunda dessa cadeira), pois bem, estavam as três categorias (Detalhe, tudo jogado em uma panela só! Na sala de espera da UPA). O painel estava o tempo todo no vermelho: Prioridade máxima?
Não, na verdade ele não chamava ninguém, todos esperando para ser atendido e nada! Aí, entra aquele velho ditado (Paciência tem limite), já se passavam duas horas de nossa chegada e da maioria do povo que lá se encontrava.
Então um perguntou: Tem médico?
A moça que estava na porta, que não tinha nada haver com o furdunço disse: tem!
Depois dessa resposta foi que o furdunço generalizou e um gritou: Como se essa P... desse painel não chama ninguém.
A pobre da moça que estava como bucha de canhão tentava explicar X por Y, mas não conseguia convencer nem a criança que berrava ao lado no colo da mãe. O tempo foi passando e a paciência do povo doente se esgotando (Olha que com o povo não se brinca), deu 9,10,11,12, e 13:30 a paciência morreu de tanto esperar.
Um senhor se levantou e disse: Eles fazem isso por que nós não falamos nada... Eu sozinho não posso fazer nada, mas se a gente se unir vamos acabar com essa bagunça que tem nesse hospital.
O painel parado como uma Avenida Paulista em dia de engarrafamento (todos os dias), os poucos funcionários no balcão assistindo tudo, os doentes tomando animo para fazer valer o "Nossa maior prioridade é a sua saúde", eu sentando cuidadando da namorada que não parava de ir ao banheiro a cada cinco minutos, vomitando o que já não saía e aquele senhor com seu discurso que levantou aqueles doentes da sala de espera: Vamos gente... Vamos falar com o responsável do local é agora.
Então levantou-se em torno de umas 20 ou 25 pessoas e adentraram a UPA. Escutava-se apenas ecos das vozes que vinham dos corredores e em menos de um minuto apareceram enfermeiras correndo para ocupar seus postos de trabalho, médicos andando apressados, nosso painel voltou a fazer normalmente o seu trabalho com aquela voz feminina irritante (Suportável quando não se fica quase seis horas esperando para ser atendido) e apareceu na porta uma enfermeira e disse: Todos aqueles que chegaram antes das dez podem entrar por aqui.
Levantou quase toda sala de espera e ficou outra parte ainda lotada para ser atendida, fora os que estavam na calçada. A enfermeira arregalou os olhos e disse com um ar sarcástico: Nossa ainda tem tudo isso?
Apenas com o olhar que aquele povo direcionou a ela fez com que se retirasse imediatamente do local e enfim os doentes poderiam ser atendidos depois de uma revindicação firme e objetiva.
Agora pergunto: Era necessário aquele povo invadir as dependências da UPA para terem o direito de serem atendidos com dignidade?
Qual será a solução para saúde em nosso estado?
Saldo do dia: Perdi um dia de trabalho, minha namorada ficou enternada na UPA (Espero que saia viva) e fiquei com um tremenda dor de cabeça.
O Slogan "Nossa maior prioridade é a sua saúde" deveria ser (Você terá saúde se brigar)
Espero que a saúde "Humanizada" seja melhor do que a de "Primeiro Mundo" por que se não estaremos na merda.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Que Moda!

Ontem voltava de uma oficina teatral e dei de cara com uma "amiga"... Bom, até então acreditava ser amiga, estudamos juntos, tomamos vários pileques juntos, curtimos pra caramba e em um momento de nossas vidinhas chegou a dizer que eu era seu melhor amigo.
Então eu com um enorme sorriso no rosto indaguei: Oi meu anjo!
A resposta veio em um "oi" frio, mais parecido como: O que esse babaca tá querendo?
A garota me olhou da cabeça aos pés umas dez ou mais vezes. Eu estava de berbuda xadrez, uma camiseta e chinelos (Havaianas), fiquei meio desconfortável com tudo aquilo, se bem que ela se vestia de forma meio estranha pra caramba tipo: Eu faço meu estilo, minha roupa , meu cabelo, quero ser diferente, entedeu?
Decidido de uma vez a interromper aqueles olhos em um sobe e desce frenético que não paravam de subir e descer igual a um elevador, perguntei: O XXXX por que me olha tanto da cabeça aos pés?
A resposta foi surpreendente: Eu não sei por que estou falando com você... Falo apenas com gente ligada em modas e que criam sua própria moda sem esses produtos de marca comercial, nós desse meio queremos ser diferentes.
Fiquei um segundo parado e então: Quer dizer que só falar com pessoas da moda, certo?
A garota me olhou e disse: Sim!
Então abri um sorriso e fui embora.
Poderia ter dito: Você só fala com pessoas que fazem sua própria moda, mais usa um cabelo meio Amy Winehouse, oculos New Ray no peito e outro Chilli Beans no rosto, que quem não usa parece de outro planeta, um vestidinho preto igual essas cantoras de Rock da moda comum e uma bolsa Prada (falsificada é claro), você é comercial em pessoa. Poderia ter dito tudo isso, mas apenas olhei aquela garota indo pela rua desfilando com uma "moda diferente" dela ou propaganda e pensei: Que moda! e a amizada? Que Merda!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Oficina com Zeca Ligièro

Quem é Zeca Ligièro?
Fundador do Núcleo das Perfomances Afro-Ameríndias da Unirio (NEPAA). Mestre e Doutor pela New York Universty, sob orientação de Richard Schechener, uma das mais importantes referências nos estudos da Perfomance. Desde 2000, Ligièro faz parte do Instituto Hemisférico de Perfomance e Política, um grupo de instituições e artistas que ajudou a fundar junto à norte-americana Diana Teylor.
Nos ùltimos anos, o NEPAA foi responsável pela realização de encontros dentro e fora do Brasil, reunindo pesquisadores e artistas de vários países da América Latina, como Augusto Boal, Amir Haddad , Paolo Vignolo, Regina Polo Müller e outros.
A OFICINA
"A idéia da oficina é propor o diálogo com o grupo, por meio da dança, contação de histórias, expressões e vários tipos de narrativas. São mais de vinte anos de uma prática de investigação de campo. Documentos audiovisuais, textos e experiências que guardam o registro de práticas performativas, que popularmente conhecemos como folguedos, danças, manifestações e festas populares", explica.
Serviço
Fundação Elias Mansour
Quando: Durante o mês de Fevereiro
Dias: Segundas, Quartas e Sextas
Local: Cine Teatro Recreio/ entrada por trás
Horário: 19 as 22