segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Como as Mulheres Dominaram o Mundo (Luis Fernando Verissimo)

Conversa entre pai e filho, por volta de 2031 sobre como as mulherem dominaram o mundo.
- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...
Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira.
Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, Empresárias, Chefe de Gabinete, Gerente disso ou daquilo.
- E aí, papai?
- Ah , os homens foram muitos ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio , eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes entevalos comerciais. "Oi querida!", por exemplo , era a senha que identificava as líderes. "Celulite", eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam "O regime".
- E vocês? Não perceberam nada?
- Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior.
Continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar a mala no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitonas, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.
- Aí, veio o golpe mundial?!?
- Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco , coitado.
Já lhe contei , né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diábolica. Pobre presidente...
_ Como era mesmo o nome dele?
_Willian, acho. Tinha um apelido, mas esqueci... Desculpe,filho, já faz tanto tempo...
- Tudo bem, papai. Não tem importância. continue...
- Naquela manhã a Casa Banca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora... Só os homens disputavam a copa do mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa secretária geral da ONU era uma simples cantora. Depois Trocou o nome, de Madonna para Mandona.
- Pai,conta mais...
- Bem filho... O resto você já sabe.
Instituíram o Robô "Troca-Pneu" como equipamento obrigatório de todos os carros... A Lei do Já-Pra-Casa, proibindo os homens de tomarem cervejas depois do trabalho...
E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...
-TPM???
- Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... É quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear...
- Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...
- Sssssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SAUDADE

Subindo um ladeira longa com passos curtos
Pés doídos, mente fraca
Mesmo assim a vontade de continuar andando.
Continuar respirando
O suor desce como se fosse um litro de sangue
A garganta querendo água
Perco a razão , mas logo lembro que o inferno é o perder da razão e continuo respirando
Levanto minha cabeça e vejo que estou perto
Inclino o corpo para frente em uma tentativa de se fazer tudo acabar
Vou pendendo levemente
Chego ao topo!
Aqui posso sentir seu cheiro que o ventro traz
E agora já não sinto nada, acabou.


Yuri Montezuma

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Situação

As coisas andam meio devagar neste início de ano! Também não podemos esperar muita coisa de janeiro, pessoas tirando a resaca do natal e reveillon. Bom, quem trabalha pra valer mesmo no começo do ano é a dengue. Essa não tira férias mesmo e já deixou alguns amigos meus de cama ou em filas de postos de saúde, convenhamos que esse blog é para falar de cultura e não dos ataques do "mosquitinho" chato!

Como eu gostaria de hoje aparecer aqui e informar que anda rolando alguma peça, um show, uma exposição (Bom, tem uma lá na galeria Juvenal Antunes), mas gostaria de assistir a cidade fever. A produção cultural parece ter tirado férias, de uma ou outra, anda com medo do mosquito da dengue, ou anda meio preguisoça esperando que os editais do governo e da prefeitura sejam abertos para colocarem seus projetos, depois que passou a existir esses finaciamentos (Deixo claro que isso é muito bom para a cultura local) as coisas passaram a ser "dentro da forma da lei", onde tudo só rola depois do lançamento do edital.

Anteriormente os artistas locais iam de porta em porta em busca de patrocínio para custear suas produções independente de apoio governamental ou não, agora existe a lei e isso de certa forma nos tornou preguiçosos. Isso mesmo! Também sou artista. Buscando entender o por que e como nossa arte caiu tanto assim? Sem dinheiro faziamos trabalhos de qualidades ( Claro que existiam trabalhos de uma qualidade precária), mas estavamos visados em fazer arte por amor, por protesto, para ser artista. Hoje fazem arte pelo dinheiro, pelas notas, pelo cachê, se contam nos dedos os trabalhos que mereçam algum respeito (Quem anda meio cultural riobranquense sabe do que estou falando), por que realmente as pessoas envolvidas tem o mínimo de preocupação com o fazer artístico. Digo e repito, precisa-se de um caus para a cultura respirar novamente! Ela esta morta. Sim! Um Caus cultural, onde a arte possa voltar a ser o que era ou o que é.
Que situação!


Certo é o mosquito que não tira férias!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Parado na Escuridão

Depois de um longo tempo sem escrever, e também por ter passado por um momento conturbado em minha vida, voltei a rabiscar novamente em meu espaço com meu português ruim.
2010 ficou para trás e a vida vai para frente! Decidi que nesse novo ano irei ousar a fazer algo novo , buscar outras fontes , ignorar quem não me fez bem durante o ano anteior e tentar manter esse blog atualizado (EU DISSE TENTAR). Houve mudanças em todo país, então estou mudando também.
Portanto, sucesso para você e corra na frente, por que não gosto de ninguém correndo atrás de mim, no máximo do lado. Agora vamos começar!!!

Bem... por onde?

Alguém tem uma vela?



Yuri Montezuma